O Feminino e a Futilidade na Moda
Divulgação Columbia Pictures
Teria sido a Moda sempre julgada em seu sentido e importância por relacionar-se ao campo da mulher, alvo de preconceito histórico? Por outro lado, quais são as consequências que essa apropriação causa ao feminino? Em um mundo absorto em imagens e em sua propagação em massa, a Moda cria seu próprio simulacro da figura feminina que, muitas vezes, não corresponde à realidade.
Ao utilizar a figura feminina como base de seus jogos das aparências, a Moda pega para si não apenas a imagem de inferioridade que as mulheres carregam historicamente, mas, também, reflete nelas parte de sua própria reputação: algo fútil, vazio. Vemos grandes exemplos dessa relação complexa ao longo dos mais variados temas. Maria Antonieta, a rainha que achou nas roupas o seu protagonismo público, não seria apenas uma mulher moderna em uma crise que a antecedia? As famosas patricinhas representadas pelos filmes dos anos 2000 não são apenas adolescentes buscando seu próprio caminho em uma sociedade que vê o consumo como forma de expressão e cidadania? As senhoras burguesas, aquelas enfeitadas, apertadas em espartilhos ao ponto de se tornarem figuras frágeis e ociosas não estavam, na verdade, fazendo uma representação imagética da riqueza de seus maridos?
Por Giovanna Amorim, @gi_hamorim
Para saber mais:
AMORIM, Giovanna Hage. Por que a Moda é futil?: uma obra para leigos, apaixonados e curiosos. l ed. São Paulo: Editora Dialética, 2022.
WEBER, Caroline. Rainha da Moda: Como Maria Antonieta se vestiu para a
Revolução. Edição online. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2008.
VEBLEN, T. A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
SANTANNA, Patricia; EXPRESSAO, Letícia Homsi. Maria Antonieta: conexões entre moda, cinema e negócios. Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Gradu-ação, v. 5, n. 1. 2011, São Paulo.
BARTHES, Roland. Sistema da Moda. São Paulo: Companhia Editorial Nacional -
Edusp, 1979.
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