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Mostrando postagens de agosto 14, 2023

As Teddy Girls

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       As Teddy Girls foram garotas londrinas da década de 50 que residiam no bairro de Elephant and Castle e adotaram o estilo Ted, a junção do estilo eduardiano com o rocker americano. O que resultado da adoção desse estilo estereotipicamente masculino, foi considerado o cross dressing da época: cabelo preso penteado para trás da era eduardiana, o terno  quatro botões,  uso de calças masculinas (que hoje conhecemos como “mom jeans”) e chapéus de aba reta. Também adotaram as rasteirinhas apesar do clima inglês e, em contraste, carregavam o vital acessório e símbolo do dândi: um guarda-chuva longo.  Elas negavam o movimento do New Look da Dior, a silhueta marcada e a feminilidade que ascendia na época, e lutaram contra as medidas austeras pós guerra que atingiam somente as classes baixas. Usavam broches de camafeu como ostentação e clutch bags como protesto ao refreamento de tecido- e foram pioneiras no movimento de liberdade de se vestir das mulhe...

A gangue das Forty Elephants

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      As Forty Elephants (Quarenta Elefantes), foram uma gangue composta por 40 mulheres de classe baixa, bem administrada e bem organizada- o inspetor detetive George W. Cornish as descreveu como “mais bem vestida e mais inteligente do que as outras gangues concomitantes” (MCDONALD, 2010, p.122). A especialidade era aplicar golpes domésticos e furtar lojas de grife. No primeiro, fingiam de empregadas domésticas por meses, até que, ao ganhar a confiança das famílias ricas, furtavam as mansões. Para o segundo, as mulheres furtavam os itens de luxo escondendo eles com ajuda das vestimentas da época, que incluía chapéus e grandes saias de criolina - além dos grandes bolsos que eram costurados por elas.  Ao fazer isso, a intenção das forty era mais duradoura do que o prazer imediato de usar a moda. Isso porque visavam a ascensão social, então, embora as membras da gangue frequentemente roubassem itens de vestuário, elas normalmente não usavam as roupas roubadas, ...

Os anos dourados de Aniki Bobó

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    Aniki Bobó, butique de Celina Moreira da Rocha, teve início com vendas no apartamento onde morava com os pais, de vestidos curtos com flores estampadas em esponjado, técnica que aprendeu na Escola de Artes Visuais no Parque Lage.  O sucesso foi imediato, chegando a vender 200 peças em um mês. Com o resultado positivo, a butique passou a ocupar o interior da galeria River, no Arpoador, em 1968. O cenário do país não era dos melhores, pois ocorria a ditadura militar. Ainda assim, nas postagens e comentários na página do Facebook ‘Aniki Bobó Acervo’ nota-se que para muitos aqueles foram “anos dourados”. Outras butiques da cidade carregavam o nome de mulheres da elite ou títulos estrangeiros, algo que Celina não queria. Ela então usou o nome de uma brincadeira comum das crianças portuguesas que achou em uma revista de cinema. À medida que a butique ganhava fama, o uso das roupas produzidas por Celina tornou-se uma prova de modernidade, uma vez que traziam sensua...