"Les Phryges"

 

Desenho de personagem de desenho animado

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

 As mascotes das Olimpíadas de Paris, 2024, “Les Phryges”


Os mascotes dos dois maiores eventos esportivos do mundo são peças de indumentária e, mesmo não sendo muito ligada em esporte, achei bem curioso. O da Copa do Mundo do Qatar, que começou esse mês, é um keffiyeh. Já os das Olimpíadas de 2024, em Paris, foi anunciado recentemente, serão dois barretes frígios, "Les Phryges".

O barrete frígio foi um dos símbolos da Revolução Francesa, usado por homens e mulheres, na cor vermelha. Diz-se que o modelo, um tipo de gorrinho macio com a ponta caída em cima da cabeça, originou-se na Ásia Menor (Anatólia), no 1º milênio a.C., em uma região chamada Frígia. Teria sido adotado no Império Romano, como peça de vestuário que indicaria a condição de um escravo liberto – daí sua apropriação no fim do século XVIII.

Sempre me chamou a atenção o barrete frígio como um dos acessórios das alegorias revolucionárias femininas, como a Marianne e a Liberdade. Essa última aparece na famosa tela do Delacroix, “A Liberdade guiando o povo”, de 1830, vestindo o gorrinho.

O barrete frígio manteve-se como símbolo e peça usada por manifestações populares me geral, no decorrer do século XIX e até hoje, nos protestos de rua pela França.

 Por Juliana Schmitt, @ajulianaschmitt


Para saber mais:

BOUCHER, François. História do vestuário no Ocidente. CosacNaify: São Paulo, 2010.

PERROT, Michelle (org). História da vida privada 4: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

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